Ontem, no T.E., terminamos mais uma edição do Curso de Crescimento Pessoal – o nº 2 do Plano de Formação Integral de Agentes de Ajuda. Em termos de quantidade, foi um grupo bastante pequeno – 13 pessoas. A contrastar com a qualidade que cada um dos participantes foi revelando ao grupo, à medida que se iam desenrolando as palestras e as dinâmicas próprias deste Curso. Atingimos um nível de partilhas vivenciadas de um jeito tal que a todos comoveu. Realmente, a libertação dos “engulhos” que cada um traz dentro de si a impedir o seu desabrochar para a vida acaba sempre por se revelar a grande forma de dar mais vida às nossas pobres vivas - enclausuradas nas nossas histórias de sofrimento e dor.
Hoje, já em jeito de acção de graças por mais este passo dado pelo T.E., dei comigo a lembrar cada um dos que, com seu pequeno contributo, esteve na origem desta nova edição do Curso. Saltou-me, então, a lenda do colibri, (a mais pequenas das aves do Planeta em crise), que dá também pelo nome de beija-flor. Das diferentes versões que desta lenda já conheço, a que mais me encanta é esta:
A floresta deflagrou num incêndio incontrolável. Homens e animais, aflitos e desorientados, entraram em pânico a correr e a gritar em todas as direcções, não sabendo já que mais fazer. Só o colibri, atarefado mas sereno, parecia saber o que havia que fazer, naquelas circunstâncias: Ia a um charco de água onde o fogo ainda não era, mergulhava e vinha a correr onde o fogo parecia mais ameaçador. Aí, batia as asas, tentando atirar para o fogo o máximo de água que conseguia trazer.
Deus, comovido, ao ver todo aquele afã, ter-lhe-á perguntando: - Diz-me, colibri, será que tu acreditas que, com esse teu trabalho todo, vais conseguir apagar o fogo?!... Aida sem parar, o colibri respondeu: - Não, Senhor. Não. Mas nem penso nisso. O que eu devo a esta floresta, onde nasci e cresci, o que lhe devo é de tal ordem que não posso deixar de fazer o que está ao meu alcance fazer. Tenho vivido aqui momentos de verdadeiro encantamento e de acção de graças pelo dom que ela tem sido para todos nós. Com a Tua ajuda, Senhor, alguma coisa hei-de conseguir.
Olho o T.E. Revejo as nossas múltiplas actividades. Sei que uma Direcção, por muito competente que seja, jamais conseguirá acudir a este fogo de Amor por esses que, nunca tendo tido uma oportunidade para entrar num Curso de Crescimento Pessoal, sofrem porque, em cada crise, logo vêem morrer a Esperança em dias melhores.
O trabalho dos nossos colibris é indispensável. À vista de todos e/ou escondidos nos bastidores, eles estão lá. A fazer o seu papel. E é graças a eles que o Projecto T.E. está a avançar. Calmamente, mas a avançar.
Ao longo do Curso fui identificando alguns nomes, escondidos na cozinha, sob a capa do S. Martinho da São, ou na pomada do Vitor, o arroz da Mila, a sopa da Ana Teresa, a jeropiga do Abel, ... E outros, na sala e arredores: Elisa, Isabel, Teresa Oliveira, Rosa, Fernanda, Manela, Irene, Teo, ...
É-nos legítimo concluir que o T.E. não é mesmo dos que nele “mandam”... É sobretudo dos que muito o amam.
Abel Magalhães,
Presidente da Direcção do T.E. Portugal
Sem comentários:
Enviar um comentário