A dádiva da verdadeira amizade é que ela nos leva pela mão e
nos lembra que não estamos sozinhos na jornada da vida.
“Quem diria que uma
coisa destas podia acontecer?...”
“Como é possível,
agora que tinha a vida organizada?...”
“Nunca suspeitei de
nada, não sei o que lhe passou na cabeça.....”
As coisas mais simples
parecem inatingíveis...
Estas, entre outras, são questões
que frequentemente surgem imediatamente após o choque e a notícia de um suicídio....de
um amigo, familiar ou mesmo (des)conhecido. Seja de quem for, de que idade ou
sexo, a dúvida amarga ‘e se eu tivesse feito, dito, escutado...’?
Fica o sentimento de frustração
acerca da impotência sobre aquele acontecimento. Fica muitas vezes o sentimento
de culpa por não ter estado atento(a).
Ao contrário de muitos outros quadros de perturbação
emocional, que são expressivos pelos diversos e variados sinais e
sintomatologia comportamental, este será talvez um dos quadros mais ‘silenciosos’na
sua forma.
Muitas vezes quem
recorre a esta forma de atuação é a pessoa que se disfarça entre comportamentos
socialmente esperados e ajustados, que não se expõe demasiado, que se esconde
numa faceta construída sob uma pressão gigantesca e que vai, no seu percurso,
perdendo força interna para reequilibrar e compreender os seus ‘fantasmas’.
Por vezes tudo fica ‘de
pernas pró ar’- sem direções, sentido ou vontade própria.
Daí a ‘surpresa’, o ‘espanto’, a
dor de não se ter estado presente... Quando seria suposto.
Assinala-se o Dia do Suicídio a
10 de setembro. As estatísticas e os números que se apresentam são no mínimo
reveladores de um quadro que se mantém ativo e que pode afetar qualquer um de
nós.
Tenhamos esperança de poder vir a
assinalar o Dia Mundial do Recomeço, da Esperança, da Vida.
É fundamental o trabalho
delicado, não intrusivo, de respeito e reconhecimento pelo sofrimento do ‘Outro’ quando solicita ajuda e reconhece essa
necessidade na sua vida. É aqui que cada profissional da área da saúde poderá
fazer a diferença entre reconhecer e ajudar a revelar as potencialidades
positivas da vida de cada um. Devolver a Esperança. RECOMEÇAR.
Cada um de nós poderá fazer a diferença.
Estando conscientes e atentos às
emoções, sentimentos, atitudes, reações e comportamentos de quem nos rodeia:
- Um maior e persistente isolamento do grupo de pares;
- Um desinteresse geral pela vida;
- Desmotivação em geral;
- Perda de interesse em algo que era habitual ter interesse;
- Estar sujeito a grande pressão profissional, académica ou familiar;
- Responsabilidades bancárias;
- Estados depressivos prévios.
Há sempre um sinal
vermelho no meio do cinzento que nos pode ajudar a refletir e a auxiliar.
Estar atento significa igualmente
estar consciente do que a vida nos oferece a cada dia para que possamos
melhorar, superar e transformar. Ao sermos pessoas mais
conscientes somos mais saudáveis e verdadeiros connosco e com os demais.
Se (re)conhece alguém com este
tipo de quadro, encaminhe para uma ajuda profissional adequada de forma a que
mais uma oportunidade seja possível!
Se sente que não consegue, nesta
fase da sua vida, lidar com determinada questão, deixe que alguém o possa
orientar para uma via alternativa, onde poderá encontrar-se a si mesmo de uma
outra forma. Deixe-se surpreender.
Não pense que é o unico(a).
Não pense que está só.
Não pense que ninguém o(a) vai
ouvir.
É demasiado importante para que
se sinta só. É unico(a) e a sua vida é preciosa.
Peça ajuda e Recomece. Quantas
vezes for necessário.
Um passo apenas é o bastante para que possa apreciar o resto
da jornada.
Mantenha sentimentos de alegria
no seu coração.
A alegria é um sentimento mágico de que todas as coisas
são possíveis, e elas são! Aprecie as dádivas de cada momento.
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