quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Porque Escutar envolve todos os sentidos...





Escutar está presente desde sempre em todos os processos e em todos os relacionamentos. Escutar é um termómetro que pode medir a disponibilidade, a atenção, a compreensão.

Vem desde o início da vida: escutar o bebé e compreender, sentir e responder ao que se ouve desde o ventre materno.

Faz parte nas nossas relações, das nossas trocas.

Mais do que uma ferramenta ou um instrumento de trabalho psicoterapêutico, Escutar é sem dúvida uma atitude ativa e uma atitude de disponibilidade e responsabilidade para com o outro, perante o seu sofrimento, dor, angústia, alegria, partilha, vontade de rir ou de chorar.

Escutar o outro, em qualquer contexto, é dar-lhe Voz, corpo, olhos, gestos – é dar-lhe um sentir e por vezes um sentido.


Escutar é abrir um espaço de conforto – e não de confronto – para que aquilo que necessita de ser ouvido possa ter lugar, possa existir, possa muitas vezes nascer pela primeira vez. A sensação de que não somos ouvidos e compreendidos resulta, muitas vezes, da incapacidade de ser empático e de ver o outro sem preconceitos ou juízos de valor.

Escutar é respeitar independentemente das nossas convicções, crenças ou registos predefinidos e, muitas vezes (quase sempre), aprender através do outro coisas acerca de nós mesmos, tomando consciência delas para nos permitirmos crescer como profissionais e pessoas.

Escutar – realmente! – o Outro é deixá-lo existir dentro de nós e devolver-lhe a confiança e o bem-estar, incutir-lhe o desejo de se escutar melhor também e levá-lo a voar por paragens desconhecidas.


Que se construam, sempre e a cada dia, pontes onde o encontro possa ser possível e se Escute com o coração.



Autora
Rita Afonso, psicóloga.



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