sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Votos de Boas Entradas

Mensagem aos Orientadores por Telefone do TE

Já nas vésperas de Ano Novo e ainda sob os ecos da Noite de Natal, dou comigo a pensar, nome após nome, em cada um dos nossos ORIENTADORES por telefone. Dou-me conta de que há dias, com certeza diferentes para cada um, em que ficar de sentinela ao T.E. pressupõe um acto de heroísmo fora do comum.

Eu não sei se toda a gente entende capazmente o que é manter uma Sentinela Viva e Activa – para o caso de... (Eu mesmo sinto-me em PRO+cesso... Ando a tentar ver como alargar meus horizontes de Ser Orientador e descobrir como sensibilizar outros a que venham engrossar o nosso ainda muito “pequeno rebanho”...).

Porque a crise nunca tem hora marcada... (Daí o sonho de manter a sentinela as 24.00h dia...).


Porque vivo perto dos Bombeiros de Leça e do Farol da Boa Nova e porque, da minha janela, vejo que o Farol está aceso todas as noites do ano, (...), sei que ele não fica à espera que haja naufrágios para se acender... Para os que andam no mar, ele é a Boa Nova permanente de que, se houver crise, alguém está ali para estender os braços...

O meu sincero OBRIGADO pela vossa luta em manter viva a consciência da importância do sentir-se em PRO+cesso de

Tornar-se PESSOA = ser em relação vitalizante (= que dá MAIS VIDA!) para o caso de...


Abel Magalhães - Presidente da Direcção do Telefone da Esperança Portugal

sábado, 11 de dezembro de 2010

Ecos da Festa de Aniversário do T.E.


Às vezes, é tão difícil transmitirmos a quem não conhece o Telefone da Esperança o que é ser parte deste projecto maravilhoso... Talvez estes testemunhos dos presentes na festa de aniversário do passado dia 7 de Dezembro possam ajudar a partilhar esse sentir tão único:


“Verdadeiramente sublime, desejo a todos o Melhor, que a vossa vida seja feita das Escolhas mais belas para que os vossos Rostos se iluminem com os sorrisos mais Bonitos e proporcionem isso aos outros sobretudo aqueles a quem vos seja dificil sorrir, são precisamente esses que mais necessitam de Todos Nós o Mundo assim fica mais luminoso e vai mudando para Melhor, rumo ao Paraiso, o melhor para o T. Esperança e Feliz Natal (CP)"

"Agradável, muito saboroso, a animação foi estupenda e de Gente verdadeiramente “Bonita” e “Unida”."


"Boa animação com muita alegria. Bom intercâmbio de amizade." (R)


"Quando os corações se abrem e permitem o toque do “outro” é possivel ser mais feliz!"


"É surpreendente o calor humano partilhado no T.E. Faz-nos acreditar que é possível inibir a solidão. Foi um prazer e uma honra ter cruzado no meu caminho com este projecto de pessoas com alma “quente”. Bem, bom e surpreendente." (TB)


"Bem haja pela vossa ajuda e esperança dum novo começo de vida." (R)


"Dá p/SENTIR a Vida em Comunhão. E depois deixar ficar a pensar/sonhar uma Civilização em que o Amor ande de mão em mão, como uma flor que vai virar fruto." (A)


"Quem me guiou hoje para esta FESTA não podia ter feito melhor!!! Há muito que não me sentia tão VIVA! Obrigada por tudo e VIVA o T.E. !!! Parabéns!" (C)


"Que possamos celebrar muitos anos de “TE” com a mesma alegria e juventude de hoje, com um Milhão de Amigos à mistura, unidos na mesma força. Felicidades para sempre !! (RP)"


"Que viva o 2º Aniversário, que seja para repetir por muitos e bons anos."


"Parabéns pela confraternização destes Amigos."


"O que se leva desta vida, serão os nossos Amigos." (JM)


"É quando vemos esta “nova gente” chegar ao T.E. que ganhamos nova força ... Repensamo-nos e vemos que não podemos desistir. A hora é de seguir em frente!!!" (IS)


"Com tanta vida e alegria no 2º aniversário, só podemos continuar a crescer, a amar e a festejar até nos tornarmos “adultos” !!"


"Que a força deste projecto vença todos os obstáculos, sempre, para alegria de muitos!" (EM)


"Os meus parabéns a toda esta “Equipa” que mantém viva esta chama da Esperança! Obrigada por tudo o que me vão proporcionando para o meu crescimento. Espero que continuem com esta força e alegria que conseguem transmitir!" (RM)


"Considero que este Jantar para celebrar o 2º aniversário do T.E. foi um momento de verdadeira comunhão e foi como uma antecipação de Natal. Dou graças a Deus por este momento maravilhoso." (B)


"Este Jantar/Aniversário foi um bom momento de convívio. Sai-se revitalizado, com força de continuar. Um abraço a todos de agradecimento, por este belo momento." (ME)


"É muito bom sentir alegria, num convívio que é sempre, sempre muito especial."

"Obrigado pelo carinho e pela partilha do SORRISO!" (I)


"É magnifico, rever velhos amigos, num Grupo como no T.E. (A)


"É sempre com um sentimento de alegria, que participo nas actividades do T.E. Em especial, deu-me a oportunidade de rever amigos, de partilhar e de me sentir “privilegiado” por fazer parte de um grupo tão “harmonioso, generoso e coeso. O meu bem haja a todos que contribuiram que este Jantar que foi um sucesso! ..."

"Adorei ver os amigos o calor com que as pessoas se iam cumprimentando, o acolhimento que se ia fazendo aos mais "velhos" e aos mais novos encheu-me o coração de gratidão. "valeu apena o esforço". Quanto ao aconchego do T.E., eu senti-me muito confortável. Tudo estava cuidado com muito amor. Apesar de gostar muito de comer esse não foi o meu dia privilegiado, mas o que comi estava delicioso. No dia seguinte e seguintes os sms de gratidão e parabéns pela organização foram muitos.

Neste momento apetece-me dizer a cada um o meu muito obrigada pela presença física ou por sms e por todos os mimos gulosos que à nossa disposição foram postos graças à generosidade de alguns "anónimos" e à sabedoria da Irene, Filomena, Rosa Maciel e outras fadas do lar... Beijos de muita gratidão da Manela por todo o envolvente."

"Bom Natal e um Ano Novo com muita Saúde e Paz" (B)

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

O Telefone da Esperança na Arca de Natal 2101

Cá fica um registo de alguns momentos especiais da nossa participação, abrilhantada pelas danças circulares sagradas, facilitadas pela nossa voluntária Elisa Queirós, e pelo folclore português tocado, cantado e dançado pelos nossos queridos "Rebuçadinhos". A todos aqueles que contribuiram para esta linda festa, Bem Hajam!



Entrevista com Jesus Madrid, Presidente da ASITES (Associação Internacional dos Telefones da Esperança)

Na revista Cuerpo e Mente (por Angel Moya-Yvette) 


"Ninguém pode ser feliz sem partilha"

Jesus Madrid, presidente da Telefone da Esperança, reflecte sobre o auxílio.

Viajámos para Murcia para visitar o centro de intervenção em crise mais importante da União Europeia. Sei que o Telefone da Esperança tem um espaço lá, com mais de 3.000 m2 a partir do qual cuida de pessoas em crise e promove a saúde emocional através de inúmeros cursos, workshops e grupos de desenvolvimento pessoal. Tudo isso assegurado de forma gratuita, profissional e anónima por centenas de voluntários, doações e anuidades, que financiam a maior parte do orçamento (49%), e com com subsídios (41%).

Recebe-nos o seu director, que é também o presidente da Associação Internacional Telefone Esperança, Jesus Madrid. Há quase 40 anos que se dedica a esta iniciativa pioneira que o seu irmão Serafin começou em Sevilha e que  está hoje presente em 24 províncias espanholas, em Portugal, na Suíça, no Reino Unido e onze países da América Latina. Pode orgulhar-se de suas conquistas (1.500 voluntários em Espanha, 8.700 doadores financeiros, 131 mil pedidos anuais ao serviço de telefone, 18.800 entrevistas pessoais, na sede ...) mas ele prefere aparecer como um homem comum, e evita qualquer protagonismo. Não é muito dado a entrevistas, diz ele. Percorremos os corredores, salões, salas, pátios e terraços do Centro. Numa grande gaiola, todos os tipos de pássaros cantando. Sob a clarabóia, borbulha uma fonte. E, perto do seu escritório, repousa sobre uma aparador um aquário multicolor. Tudo isso e um exuberante jardim devem acalmar os espíritos daqueles que vêm alterados. "Nós encaramos o centro como um encontro com a vida ", disse Jesus Madrid.

Nascido numa pequena cidade de Cuenca (Villar de la Encina,1938), é licenciado em Psicologia e em Filosofia e Letras, Padre Capuchinho e terapeuta de família, insiste em dissociar a sua fé do Telefone da Esperança, que é aconfessional. Os seus livros tornaram-se uma referência em termos de ajudar as pessoas de crise.

- Como se define?
"Considero-me uma pessoa comum. Interessam-me as pessoas, gosto de ajudar os outros, e acho que tenho competências organizacionais.  Acredito que para sermos completos como pessoas, temos que ser capazes de dar aquilo que temos e, ao mesmo tempo, estarmos abertos para receber dos outros. Se não conseguirmos fazer algo pelos outros sem esperar nada em troca, existem áreas do nosso eu insatisfeitas. Também porque todos os dias recebemos muito das outras pessoas, da vida, do meio ambiente. Em grande medida, o que somos é o resultado de muitos presentes recebidos: vida, amor ... Nós estamos sempre em dívida para com os outros."

 - Foi isso que o motivou a ajudar as pessoas?
"Sim. Por outro lado, também porque acredito que a minha fé se resume a isto: na tentativa de ajudar os outros. Acções falam mais alto do que palavras."

- Estar em contacto com tanto sofrimento quotidianamente não o desmoraliza?

"Não. O que podemos fazer por aqueles que sofrem? Há muita dor escondida no fundo de cada pessoa. Claro que não é agradável escutar aqueles que sofrem ou choram, mas eu sei que isso cura. Vejo com esperança. Em vez de ficar exausto, inspira-me, faz-me pensar que temos que continuar a inventar mais coisas e a começar novos programas. Se passássemos um terço do tempo que perdemos a falar sobre como as coisas estão más, à procura de soluções, poderíamos corrigir muitos problemas."

- Então não se cansa?

"Eu nunca me canso. É uma coisa linda e faz-nos sentir bem. Eu fui a muitos países e encontrei todos os tipos de pessoas que me têm as dito suas razões para querer cometer suicídio: às vezes, porque não podiam satisfazer suas necessidades básicas, mas, em muitos casos, porque deram o que tinham e isso fez com que se sintam frustrados. A grande maioria das pessoas que consideram o suicídio sente que a vida não tem sentido. E isso acontece porque não não se conseguem abrir aos outros, não se comunicam de forma saudável e não percebem que existem pessoas que precisam deles. Apesar de podermos ser úteis aos outros, não temos o direito de nos fecharmos em nós próprios.

- Muitos de nossos problemas são imaginários?

"Mas também geram sofrimento. O critério do que é sofrimento, não o tenho eu, tem-no a pessoa que sofre. Se algo é importante para ela, eu não lhe vou dizer que isso é não é importante. Talvez eu possa ajudá-la a encontrar uma outra forma de abordagem que não a faça sofrer assim. Mas, enquanto essa pessoa tem essas idéias, elas são muito dolorosas. Para nós, é real o que faz alguém sofrer."

NA PELE DE OUTROS

- Como cultivar a empatia com os outros?
"Não é que eu faça um propósito especial de cultivá-la. Tenho 72 anos e isso significa que eu vivi, vi, e compreendi. Além disso, pode haver alguma qualidade espontânea, natural, na minha capacidade de compreender outras pessoa e de me expressar assim que eu entendo. Mas todos nós temos isso, e podemos trabalhá-lo. Podemo-nos perguntar: Como me sentiria se me acontecesse o que aconteceu a esta pessoa?"

- Isso é suficiente para desencadear a capacidade empática?

"Pode fazê-lo de várias maneiras. O melhor é tratar primeiro as suas próprias feridas. Porque se não, ao invés de escutar a outra pessoa, apenas ouve a ressonância dos problemas que estão dentro de si, ouve os seus  próprios ruídos, e isso dificulta a escuta."


- De tudo o que viu e experimentou, o que você aprendeu?
"Resumidamente, eu acho que você não pode ser feliz sem compartilhar com os outros."

- E a nossa sociedade está a piorar? Ou é apenas um cliché?
"Acho que melhorou em geral. Se no século XIII, tivéssemos as armas atómicas que temos hoje, não restaria ninguém vivo no mundo. E como foram os direitos humanos no século XIX? Houve escravidão, uma coisa monstruosa! Quais são os direitos das mulheres? Quando fomos mais atenciosos com as pessoas com deficiência? Falta muita coisa para fazer, mas eu acho que o sentido de humanidade está a crescer. Hoje a dor dos outros dói." Às vezes o perigo é apenas o que acontece longe e não prestar atenção ao que acontece a seguir ...

Eu não acompanho de perto as catástrofes que passam nas notícias. O que faço é perguntar-me se há qualquer coisa que eu posso fazer? Se eu puder fazer, faço. Caso contrário, não gasto energia com isso.  Prefiro investir mais eficazmente numa pessoa que precisa ser escutada."

CORAÇÃO COM CABEÇA

- Qual é a chave para o sucesso do Telefone da Esperança?
"Primeiro, nós não inventamos os problemas: eles existem. E são os da rua, aqueles que fazem sofrem diariamente. Durante a Campeonato Mundial, é imediatamente perceptível a diminuição de chamadas. E além disso, levamos a sério os problemas das pessoas. Nós formamo-nos e trabalhamos muito a sério. Quando começamos a construir este centro de Múrcia, perguntava-me: "Se estivéssemos a construir um edifício para ganhar dinheiro, como é que iríamos fazer? Então, se o podemos fazer para ajudar pessoas que sofrem não pode ser menor. " É grande, bonita.

- Que critérios segue para seleccionar um voluntário?
"Dizemos-lhe: 'Se você é capaz de se entregar a isto da mesma forma que o faria se cobrasse, não é apto." Tomamos o voluntariado a sério, porque tomamos a sério o sofrimento. Acredito firmemente em sentimentos, mas também na cabeça. Querer ajudar só com a boa vontade pode causar danos. Precisamos de uma formação rigorosa."

- Os voluntários são tão importantes quanto as pessoas que estão a ser atendidas?
"Queremos que todos saiam enriquecidos. Isso não é se sentir bem, pois ajuda o outro. Não se trata de se sentir bem por que se ajuda o outro. Não é isso, porque quem ajuda também recebe.Você pode ter um motivo altruísta, mas é saudável estar-se aberto à dinâmica de dar e receber. Todos podemosenriquecer-nos a qualquer momento: de um companheiro, de uma pessoa que atendemos ...

De certa forma, eu posso ajudar, mas talvez a pessoa tenha algo que eu não tenho. É essencial vir aberto: a dar e a receber muitas coisas que os outros nos dão. "Não usamos os dispositivos de mãos-livres porque segurar o telefone, é como dar à pessoa na mão."

- Cobris uma lacuna na sociedade?
"Sim, porque há uma procura. Se alguém quer falar sobre futebol, você pode ir a um café. Mas onde podemos falar dos problemas normais de pessoas normais?"

ALGUÉM COM QUEM FALAR

- Pode ser porque se perderam os laços familiares, de vizinhança, ou de amizade....?
"Antes, havia mais contacto imediato com o outro. Ia-se apanhar ar fresco à rua e o vizinho sabia tudo o que se passava, embora houvesse também muitos problemas que se levava para o túmulo. O tipo de sociedade moderna tem muitas vantagens, mas tornou-nos mais independentes. As relações primárias têm diminuído e nota-se maior necessidade de se falar.

Também estamos preocupados com nosso bem-estar. Uma vez satisfeitas as necessidades materiais, começou a sentir-se que precisamos de relacionamentos mais maduros com os outros, sabendo quem somos e que a nossa vida tem sentido. Então, precisamos encontrar espaço para essas necessidades. É o que propomos: não espere a crise, incentivamos as pessoas a sentirem-se cada vez melhor.

- Isso deve ser feito na escola?

"Sim. E a partir de casa, da família. Os políticos enchem a boca com a palavra prevenção. Mas qual é a percentagem do orçamento geral é dado para promover a saúde emocional? Isso é lamentável. Ainda não é abordada de forma adequada. Mas é verdade que o Estado jamais será capaz de resolver todas as necessidades das pessoas em matéria de comunicação, afecto, etc. Portanto, temos todos em conjunto que trabalhar para criar uma outra cultura. Às vezes perguntam-nos se tiramos o emprego dos psicólogos profissionais. De jeito nenhum! Porque não é para poupar dinheiro que as pessoas não vão ao psicólogo, mas porcausa dos preconceitos. Aqui desmistificamos esses preconceitos."

- Contudo, o facto de haver pagamento pode ajudar o processo terapêutico?

"Essa é a teoria de Freud. Eu acho que é um mecanismo de defesa da profissão. Uma vez uma pessoa insistiu fortemente em que eu lhe cobrasse o atendimento. E como não desistiu dessa ideia, eu disse-lhe no final: 'Olhe, eu acho que você não tem dinheiro para me pagar".Ele sentiu-se um pouco ofendido e eu tive que esclarecer: "Você pode ter muito dinheiro para comprar o que se vende, mas não para comprar algo que lhe é dado gratuitamente". Há de tudo: pessoas que levam isto mais a sério se pagam e outros para quem saber que a ajuda é desinteressada faz ter mais responsabilidade. Há alguns que, eventualmente, voltam como voluntários.

- O anonimato pode ser uma das razões pelas quais o Telefone da Esperança funciona tão bem?

"Hoje pode ser dada menos importância à privacidade, mas o facto de que não se peça ao apelante o nome promove a sinceridade. A pessoa que escuta sabe o que quer dizer e nada mais."

- Queremos mais ser escutados do que orientados?

"Queremos alguém que nos escute, mas é sério. Que não nos julguem nem critiquem, ou nos digam no início da conversa o que temos que fazer. Talvez no final o peçamos. No primeiro momento, necessitamos de uma esuta de qualidade".

ESCUTA DE QUALIDADE

- Como definiria a escuta de qualidade?
"É tentar estabelecer a ligação com a pessoa e ver o problema através dos seus olhos. Acompanhá-la com carinho, para que repare na proximidade, que não está a ser julgada, que não nos choca, e perceba que não há muita diferença de uma pessoa para outra, e que independentemente dos erros ou dos problemas, ela tem valor."

- Como se mostra esse interesse?
"Principalmente através da linguagem não-verbal".

- E ao telefone?

Balançando a cabeça, dando mensagens destes para ouvir "sim, sim ..." "Não esperava isso ..." "Isso magoou-o muito ..." Muitas vezes, no final, a pessoa agradece e diz que o ajudou muito. E você pensa! "Mas eu não disse nada!", mas sim, disse. Porque se a escuta, se a atende, está a dizer-lhe que é valiosa."

- O telefone parece frio.
"Há alguns anos atrás, convenceram-me a comprar um equipamento mãos-livres para os voluntários atendiam o telefone. No fim das contas não utilizámos. Segurar o telefone, é como dar a mão à pessoa. E quando diz algo forte, sem perceber agarra mais fortemente o auscultador. É um aparelho frio, porque a pessoa está longe, mas é quente, porque pode ouvir a sua respiração. É muito difícil na vida comum ouvirmos a respiração de alguém. Tem que ser muito íntima, para que te possas aproximar tanto."

- Qual a percentagem das chamadas são relacionadas com uma tentativa de suicídio?
"Entre 6 e 8%. Em 90% de depressões graves, em algum ponto passa pela cabeça a ideia do suicídio.

- Mas se eles telefonam, ainda têm esperança.
"Claro. No fundo, estão a dizer: "dê-me motivos para evitar fazer o que eu estou a pensar em fazer." Muitas vezes, não se sabe se vai fazer ou só quer atenção. Mas na maioria dos casos, o problema é grave."


- Acredita-se que quem diz se vai matar, não comete o suicídio.
"Não é seguro. Todo o suicida disse-o. De alguma forma, deixou pistas para que você possa entender o que estava passando por sua cabeça. O que acontece é que às vezes a mensagem não é recebida. Por isso, o suicídio tem um poder culpabilizador tão grande."

RAZÕES PARA VIVER

- O que é a Esperança?
"Defini-la é complexo. Está intimamente relacionada com um sentido existencial, para ver que existem algumas tarefas que você pode realizar. O problema é quando uma pessoa não tem razão para viver. Então, sim, é muito difícil activar-lhe a esperança. Mas eu percebi que aquilo a que a maioria das pessoas responde, nestes casos, é a possibilidade de ajudar os outros. Há que fazê-as pensar se a sua dor pode ser útil. Na verdade, essa é uma questão muito sensível para as pessoas.

As receitas sobre quais são as coisas que pode utilizar para motivar cada pessoa não estão em nenhum livro. Pode-sefalar dos casosem que a inspiração tem ajudado, mas outra vezes não funciona. É por isso que é importante perceber o que toca cada pessoa.

- Qual é o futuro do Telefone da Esperança?
"Por um lado, vai chegar a mais localidades e países. No próximo ano, comemoramos o nosso 40º aniversário, mas queremos arranjar torcicolo de tanto olhar para trás para a nossa história. Há novos desafios. Estamos a trabalhar para ter um serviço permanente de Internet, pensando nos hispano-luso-falantes. O futuro do Telefone da Esperança não é o telefone. São a Internet e as novas tecnologias.

- Mas a Internet não vai ouvir a respiração.
"Vamos ter que instalar um microfone. A nossa ideia é chegar a mais pessoas. Os adolescentes não nos chamam muito, mas agora a internet vai atrai-los. A cultura está indo nessa direção. O que temos feito até agora é muito valioso, mas há muita capacidade ociosa nas pessoas. E se não adá, ela apodrece. Queremos potenciar que mais pessoas possam dar para que mais pessoas possam receber."

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

O que é ser Voluntário?

Dia 5 de Dezembro foi dia Mundial do Voluntariado. A todos aqueles que, pelo mundo, dedicam o seu tempo e recursos aos outros, o nosso muito obrigado!!!


Esta noite NÓS Vamos Dormir em Paz



São 22.00h, do dia 8 de Dezembro. Terminou a nossa maratona – participação na “Arca de Natal”, em cima da “Festa” do nosso 2º aniversário. De tantas “coisas bonitas” que vi e ouvi, sinto-me mesmo de coração enternecido, um privilegiado, a espilrar de GRATIDÃO. Sinto-me invadido pelas “bênçãos” de um “poema” que, em tempos, gostava de usar no final dos cursos de Análise Transaccional, de que era monitor. Aqui vo-lo deixo. Posto na boca de cada um daqueles (e foram tantos!) que, brilhando nas luzes da ribalta ou escondidos na sombra dos bastidores, mesmo por detrás da cortina, fizeram com que a Festa Arca / Aniversário fossem o que, efectivamente, foram – um reconfortante “pentecostes” a cair sobre nós como uma PRESENÇA calorosa do T.E.
Esta noite nós vamos Dormir em PAZ. 
Não fizemos nada de estrondoso,
Não fizemos nada de excepcional,
Não fizemos nada de avançado.

Não nos prendemos ao passado, mas também não nos iludimos com o presente.
Não nos pusemos a criticar, mas também não elogiámos sem motivo.
Não nos pusemos a mentir, mas também não lançámos verdades à cara de quem as não buscava.
Não nos enquadrámos em sistemas, contudo não nos revoltámos nem tentámos destruí-los.
Não nos acomodámos com a situação, mas também não fizemos pouco caso dela.
Não nos deixámos pisar, mas também não pisámos ninguém.
Não fomos perfeitos, mas sabemos que não fomos as piores das pessoas.
Não acertamos em tudo, mas sabemos que não errámos na maioria das coisas.
Não fizémos todo o bem que desejaríamos ter feito, mas também não fizemos todo o mal de que possamos ser acusados de fazer.


Não mudámos nenhuma das nossas Associações,
Não mudámos a nossa cidade,
Não mudámos a nossa geração,
Não mudámos a nossa época,
Não mudámos os nossos vizinhos,
Não contribuímos de maneira visível para a História.
Mas uma coisa nós fizemos na maratona que agora termina:


NÓS TENTÁMOS SER GENTE !!!


E tentámos isso porque acreditamos que,
se o Homem adquirir um pouco mais de humanidade,
o Mundo será diferente.


Cada uma destas Associações será diferente,
porque as relações interpessoais serão diferentes.
Não fizemos nada de estrondoso.
Nós apenas tentámos ser uma amostra daquilo
que uma pessoa pode ser, se for GENTE.
Tentámos. Com todas as forças do nosso ser.
E é por isso que esta noite


NÓS VAMOS DORMIR EM PAZ

Abel Magalhães
Presidente da Direcção do Telefone da Esperança Portugal

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

PARABÉNS, T.E.!!!


Amanhã é dia de festa: O Telefone da Esperança Portugal faz dois anos!

Para todos os voluntários desta organização, este é o resultado de muito esforço e entrega pessoais e merece grande celebração!

Para todos aqueles que têm beneficiado do seu apoio (orientação via telefone, cursos de formação de auto-ajuda, cursos de formação de voluntários), é a certeza de que poderão continuar a contar com os esforços desta organização, que continuará a promover a saúde emocional e a apoiar, em situação de crise, de forma técnica, confidencial e especializada, quem de si precisa.

Muitos parabéns a todos!!! Muitos parabéns, nosso querido TE! :)))

1º Encontro sobre a Prevenção do Suicídio


No passado dia 27 de Novembro, o Telefone da Esperança Portugal esteve presente, em Lisboa, no 1º Encontro sobre a Prevenção do Suicídio, organizado pela sua congénere SOS Voz Amiga - pode conhecer o programa em: http://www.sosvozamiga.org/.

Em representação da ASITES (Asociación Internacional de los Telefones de Esperanza), foi convidado a palestrar o seu Vice-Presidente Juan Sanchez Porras.

O Encontro constituiu um momento privilegiado de reflexão e partilha de conhecimento e experiências sobre as temáticas da crise emocional, da pobreza, da velhice, e outros factores sócio-demográficos que, nos dias de hoje, contribuem para explicar comportamentos como o sucídio.
Outro aspecto importante do encontro foi a participação de diferentes linhas de apoio existentes em Portugal, que partilharam as suas experiências, preocupações e planos de futuro, e puderam criar e consolidar laços para o aproveitamento de sinergias.

Os nossos parabéns aos organizadores!

Jornadas "Toque - Fonte de Vida"


sábado, 4 de dezembro de 2010

Tarde Eutrapélica "Dançar para Libertar"

Olá! Foi no dia 13 de Março que um grupo de treze pessoas estiveram a dançar no T. E. para libertar o stress. O que aconteceu foi lindo! As partilhas davam coragem para que se continuasse a desenvolver este tipo de actividades uma vez que através delas a maioria das pessoas partilharam que se sentiam com mais energia para prosseguir a sua caminhada. Quem desenvolveu esta actividade foi a Ilídia Queirós que, como sempre tem feito, está disponível para nos ajudar com a sua arte e saber.

Tarde Eutrapélica "Crescendo com o Outro"


Foi no dia 10 de Outubro de 2009 das 15h às 18h. Quem esteve a orientar o grupo foi a Fernanda Sousa com a sua arte de Educadora. Ela sabe tocar a nossa criança interior tendo-o feito através de várias dinâmicas de grupo.

Homenagem a Conceição Oliveira


Uma florzinha para cuidar...

No 30º dia da morte da Conceição, fizemos-lhe uma modesta homenagem, na sede do TE, onde ela tão bem serviu a causa dos aflitos em situação de crise... Foi assim como que cobrir a sua memória com um poema, um passo de dança, um sonho maduro... Não dá mais para esquecer aquele grande momento de ternura. A imaginação de cada um soube escolher bem e partilhar com todos uma palavra, um sorriso, um gesto amigo de entusiasmo na entrega que era muito peculiar nesta mulher. E, porque o que é importante não se vê... E porque, quando se ama uma flor que está plantada numa estrela, é bom olhar para o céu...remeto-vos para a leitura do capítulo XXVI d’O Principezinho: Nós agora temos no céu, uma estrela como mais ninguém tem.

Olhá-la, lá em cima, a velar por nós, dá-nos muita força para cuidar desta pequena flor que o TE – Porto ainda é, mas que não podemos deixar morrer.

Piquenique de Verão


Foi no Parque da Pasteleira, no dia 4 de Julho de 2010 o nosso Piquenique. Teve como finalidade o reforço dos nossos laços de comunhão com o Projecto T.E. antes de partirmos para férias.
Por lá passaram pelo menos 33 pessoas.
Rimos; partilhámos sentimentos, pensamentos e o farnel;

Cantámos com a Amélia que era a nossa ensaiadora acompanhada pelo marido e filho e por alguns dos jovens ali presentes com a sua guitarra e cavaquinhos.

Os pequeninos surprenderam-nos com a sua interacção...
Também houve um pouco de "Danças Circulares" para quem quis. Enfim, quem lá esteve, disse ter gostado muito.
Houve quem não estivesse e gostasse de ter estado, mas nessa impossibilidade, fez-se presente atravás de SMS.
A todos o nosso muito obrigado/a. É a vossa/nossa presença que permite que nestes encontros se consolidem laços, criem novos laços dando também força para que se prossiga na divulgação e sedimentação deste nosso fantástico Projecto T.E.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Tardes Eutrapélicas: O que são?

A Psicologia e a Sociologia convergem em afirmações / constatações deste género: Não é tanto a força dos nobres ideais que chama as pessoas e as mantém unidas. Primeiramente, é a força das convicções e o entusiasmo dos chamantes; depois, é o ambiente que, dentro do grupo, se vai criando. Ambiente caloroso, de saudável descontracção – puxa para a frente. Ambiente pesado, sério em demasia – vai minando o entusiasmo inicial e acaba por desmoronar o grupo.

Um Proj+jecto como o T.E. só é possível com um grupo que cresça em Força e coesão grupal. Preocupamo-nos em criar condições para que possam brotar desses momentos mágicos que desencadeiam (em quem os vive) essa inefável experiência da alegria que abole o tempo. Isto é, experiências vivenciadas em que a eternidade se torna palpável no tempo, enquanto a experiência dura.

Assim, as tardes eutrapélicas são Momentos de Amorização, em que, assim como quem brinca, vamos fazendo a coisa mais séria do mundo: aprender a ALEGRIA DE VIVER e irradiar aquele sorriso que só gente feliz sabe irradiar. São momentos de descontracção – pela dança, pelo canto, pela criatividade plástica, pela arte de Ser Criança... Não há “mestres” nem “alunos”. Todos são desafiados a ser instrutores uns dos outros. Por isso, são momentos de ENCONTRO PESSOAL – consigo próprio, com os que ali aparecerem, com o SONHO TE, com “aquilo” que nos puxa PARA DIANTE, na mira de não vivermos como quem apenas existe porque ainda não morreu... Aqui, o desafio é descobrir que Viver é COM+viver ! Porque isso não se ensina, mas pode APRENDE-SE, treinando, treinando, treinando. (Quem já anda numa de APRENDER o Exercício da Vida sabe que VALE A PENA, porque, como dizia o Diderot, “ser Feliz faz bem à saúde”...).

Jornadas "Toque - Fonte de Vida"

Sabia que uma pessoa, para estar equilibrada, precisa, em média, de 3 horas diárias de "toques"?
E que há estudos que revelam que a falta de "toques" pode matar?

Nos dias 10/11 e 16/17 de Julho de 2010, realizaram-se, na sede do Telefone da Esperança Portugal, e sob a orientação de Abel Magalhães, as primeiras jornadas "Toques - Fonte de vida", dedicadas à importância do estímulos de vida e dos reforços positivos na construção da saúde emocional e das boas relações interpessoais.

A música popular foi o recurso de que nos servimos para melhor compreender e interiorizar os conteúdos.

Curso "Pais e Educadores Hoje"



De 22 a 24 de Janeiro de 2010, realizou-se na sede do Telefone da Esperança, uma edição do curso de Pais e Educadores, um curso criado a pensar em todos aqueles que se preocupam com as temáticas da educação e da família.
Após o curso, organizaram-se três grupos de aprofundamento semanal, dois dos quais a funcionar em simultaneo, por forma a proporcionar aos casais a possibilidade de frequentar o aprofundamente de forma separada.